sábado, 5 de dezembro de 2009

Ei psiu!
se achar por ai
pedacinhos brilhantes,
na sua rua,
de algo que não sabe o que é
junte tudo numa caixinha...
São meus pedacinhos
os tais dos fragmentos da menina mulher
Saí por aí
vagando pela noite
aproveitando a chuva,
e eles se perderam, fui deixando
por ai pedacinhos da minha luz,
Devolve moço por favor!
Os caquinhos de Cynthia, que você encontrou?

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

" E se eu precisasse parar?
Perdida na falta de fé, e sem paz...
O que você faria?
Se me visse jogada no chão?
O que você faria?
E se eu precisasse lutar, pelo resto da minha vida implorar
O que você faria?

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O meu tempo




O meu tempo não é o seu tempo.
O meu tempo é só meu.

O seu tempo é seu e de qualquer pessoa, até eu.

O seu tempo é o tempo que voa.
O meu tempo só vai onde eu vou.

O seu tempo está fora, regendo.
O meu dentro, sem lua e sem sol.

O seu tempo comanda os eventos.
O seu tempo é o tempo, o meu sou.

O seu tempo é só um para todos,
O meu tempo é mais um entre muitos.

O seu tempo se mede em minutos,
O meu muda e se perde entre outros.

O meu tempo faz parte de mim,
não do que eu sigo.

O meu tempo acabará comigo
no meu fim.

Arnaldo Antunes

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Desci hoje 2000 degraus...

Perdi hoje mais uma batalha...
Perdi lá num buraco sujo,
meus valores, tudo que acreditava ser amor.
Perdi uma guerra invisível
contra algo que é irreversível.
A pedra que constrói o castelo, me destruiu!
a escada não se ergueu
o castelo era de lata
o bafo quente me cozinhou.
No buraco sujo, deixei o que sobrou de mim
corpo inerte, salgado com lágrimas.
Morri um pouquinho por lá.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Pedaços de mulher menina


Cada poema que escrevo é um pedacinho de mim
é uma parte de mim que ponho no papel,
são meus amores, dissabores, meus erros e acertos,
são meus dias, meu cotidiano.
São minhas histórias, que crio, recrio.. invento!
São minhas agruras, minhas doçuras...
São assim como eu... o incerto,
o previsível, o meu yin e meu yang.
é a fera incontida...é cordeiro manso.
São fragmentos da minha alma...
São assim.. pedacinhos de mim!

O que eu espero...

De tudo ficam três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando…
A certeza de que precisamos continuar…
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar…
Portanto, devemos:
Fazer da interrupção um caminho novo…
Da queda, um passo de dança…
Do medo, uma escada…
Do sonho, uma ponte…
Da procura, um encontro…
Fernando Pessoa

domingo, 1 de novembro de 2009

(...)Vão falar, que você não é nada,
vão falar que você usa drogas,
que anda bebendo e que está perdido...
e não importa o que você dissesse,
que seria desmentido,
Se eu for ligar, pro que é que vão falar,
não faço nada!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

SAIBAS que não te amo e que te amo
feito de que dos dois modos é a vida,
a palavra é uma ala do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.
Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não desejar amar-te nunca:
por isto não te amo todavia.
Te amo e não te amo como se tivera
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino infeliz.
Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo.
*Pablo Neruda*

( eu disse que era complicado....)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Quando já não tinha espaço, pequena fui
Onde a vida me cabia apertada
Em um canto qualquer,
acomodei minha dança, os meu traços de chuva
E o que é estar em paz
Pra ser minha sem ser tua

Quando já não procurava mais
Pude enfim nos olhos teus, vestidos d'água,
me atirar tranquila daqui
Lavar os degraus, os sonhos, as calçadas

E, assim, no teu corpo eu fui chuva
... jeito bom de se encontrar!
E, assim, no teu gosto eu fui chuva
... jeito bom de se deixar viver!

Nada do que fui me veste agora
Sou toda gota, que escorre livre pelo rosto
E só sossega quando encontra tua boca

E, mesmo que em ti me perca,
Nunca mais serei aquela que se fez seca
Vendo a vida passar pela janela....
( Maria Gadu e Luis Kiari)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

"Os contos de fada são assim.
Uma manhã, a gente acorda e diz: 'era só um conto de fadas...'
E a gente sorri de si mesmo. Mas, no fundo, não estamos sorrindo.
Sabemos muito bem que os contos de fadas são a única verdade da vida."

Antoine de Saint-Exupéry

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Não importa o que fizeram com você.
O que importa é o que você faz
com aquilo que fizeram com você.
(Jean Paul Sartre)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Não há de ser nada, pois sei que a madrugada acaba, quando a lua se põe
O abraço de vampiro é o sorriso de um amigo e mais nada
Não há de ser nada, pois sei que a madrugada acaba, quando a lua se põe
A estrela que eu escolhi não cumpriu com o que eu pedi
e hoje não a encontrei
Pois caiu no mar, e se apagou
Se souber nadar, faça-me o favor
O milagre que esperei nunca me aconteceu
Quem sabe é só você
Pra trazer o que já é meu

Brilha onde estiver
Faz da lágrima o sangue que nos deixa de pé

( O Teatro Magico- Brilha onde estiver)
Nem toda palavra é
Aquilo que o dicionário diz
Nem todo pedaço de pedra
Se parece com tijolo ou com pedra de giz

Avião parece passarinho
Que não sabe bater asa
Passarinho voando longe
Parece borboleta que fugiu de casa

Borboleta parece flor
Que o vento tirou pra dançar
Flor parece a gente
Pois somos semente do que ainda virá

A gente parece formiga
Lá de cima do avião
O céu parece um chão de areia
Parece descanso pra minha oração

A nuvem parece fumaça
Tem gente que acha que ela é algodão
Algodão as vezes é doce
Mas as vezes né doce não

Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
O dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
Hum... E o mundo é perfeito
Hum... E o mundo é perfeito
E o mundo é perfeito

Eu não pareço meu pai
Nem pareço com meu irmão
Sei que toda mãe é santa
Sei que incerteza traz inspiração

Tem beijo que parece mordida
Tem mordida que parece carinho
Tem carinho que parece briga
Briga que aparece pra trazer sorriso

Tem riso que parece choro
Tem choro que é por alegria
Tem dia que parece noite
E a tristeza parece poesia

Tem motivo pra viver de novo
Tem o novo que quer ter motivo
Tem a sede que morre no seio
Nota que fermata quando desafino

Descobrir o verdadeiro sentido das coisas
É querer saber demais
Querer saber demais

Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
O dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar

Mas sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
E o dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
E o mundo é perfeito
E o mundo é perfeito
E o mundo é perfeito...



( O Teatro Magico - Sonho de Uma Flauta )

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Não quero passar o resto da minha vida pensando:"E se fosse diferente?"
"e se a história tivesse sido contada de trás pra frente?"
não quero viver na incerteza de apenas alguns minutos de felicidade... eu quero é ser feliz pra vida toda...
(Cynthia de Almeida)

"Dois e Dois são Quatro"

Como dois e dois são quatro
Sei que a vida vale a pena
Embora o pão seja caro
E a liberdade pequena
Como teus olhos são claros
E a tua pele, morena
como é azul o oceano
E a lagoa, serena

Como um tempo de alegria
Por trás do terror me acena
E a noite carrega o dia
No seu colo de açucena

- sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
mesmo que o pão seja caro
e a liberdade pequena.

(Ferreira Gullar)

terça-feira, 7 de julho de 2009

saudade

sau.da.de
sf (lat solitate) 1 Recordação nostálgica e suave de pessoas ou coisas distantes, ou de coisas passadas. 2 Nostalgia.

SIM.. EU SINTO!

Motivo (Cecília Meireles)

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E sei que um dia estarei mudo:
- mais nada


terça-feira, 23 de junho de 2009


Ontem eu Chorei.


Ontem, eu chorei.
Voltei para casa, fui para o meu quarto, sentei na beira da cama.
Chutei os sapatos, desabotoei o sutiã
E caí no choro.
Quero que vocês saibam que
Eu chorei até meu nariz escorrer molhando a blusa de seda que
Comprei na liquidação.
Chorei até minha cabeça doer tanto, que eu mal via a pilha de lenços de papel
No chão aos meus pés.
Quero que vocês saibam
Que ontem eu chorei pra valer.
Ontem eu chorei

Por todos os dias que estive ocupada demais, ou cansada demais, ou com raiva demais para chorar.
Chorei por todos os dias, por todas as formas e por todas as vezes em que desonrei, desrespeitei e desliguei meu Eu de mim mesma.
Mas meu Eu se refletiu de volta para mim quando os outros fizeram comigo as mesmas coisas que eu já fizera comigo mesma.
Chorei por todas as coisas que me foram roubadas;
Por todas as coisas que eu pedi e não consegui receber;
Por todas as coisas que, depois de conquistar, eu dei a outras pessoas em circunstâncias que me deixaram vazia, gasta e exaurida.
Chorei porque realmente chega um momento em que a única coisa que nos resta é chorar.
Ontem eu chorei.
Chorei porque meninos são abandonados pelos pais; e as meninas são esquecidas pelas mães;
Os pais não sabem o que fazem e por isso vão embora;

As mães são abandonadas e ficam com raiva.
Chorei porque eu tive um menininho, e porque eu ainda era uma menina pequena, e
Porque eu era uma mãe que não sabia o que fazer, e
Porque eu queria que meu pai estivesse comigo, que chegava a doer.
Ontem eu chorei.
Chorei porque feri alguém. Chorei porque fui ferida.
Chorei porque a ferida não tem para onde ir senão até o mais fundo da dor que a causou, e quando chega lá a dor acorda você.
Chorei porque era tarde demais. Chorei porque tinha chegado a hora.
Chorei porque minha alma sabia que eu não sabia
Que minha alma sabia tudo que eu precisava saber.
Chorei um choro espiritual ontem, e esse choro me fez muito bem.
E me fez muito, muito mal.
Em meio ao choro, senti minha liberdade vindo,
Porque
Ontem eu chorei
Sobre cada momento da minha vida.
( Iyanla Vanzant)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Poemas...

Inspirada pelo meu amigo Thiago, resolvi escrever...
vejamos no que dá...