terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O começo do fim

No início eras para mim
ar que eu respirava,
eras tudo que eu precisava...
A paixão louca,
os sonhos mais absurdos.
No fim, nem sei que és.
Se não és, se nunca fostes, se nem mesmo serás.
Triste começo do fim.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Ei psiu!
se achar por ai
pedacinhos brilhantes,
na sua rua,
de algo que não sabe o que é
junte tudo numa caixinha...
São meus pedacinhos
os tais dos fragmentos da menina mulher
Saí por aí
vagando pela noite
aproveitando a chuva,
e eles se perderam, fui deixando
por ai pedacinhos da minha luz,
Devolve moço por favor!
Os caquinhos de Cynthia, que você encontrou?

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

" E se eu precisasse parar?
Perdida na falta de fé, e sem paz...
O que você faria?
Se me visse jogada no chão?
O que você faria?
E se eu precisasse lutar, pelo resto da minha vida implorar
O que você faria?

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O meu tempo




O meu tempo não é o seu tempo.
O meu tempo é só meu.

O seu tempo é seu e de qualquer pessoa, até eu.

O seu tempo é o tempo que voa.
O meu tempo só vai onde eu vou.

O seu tempo está fora, regendo.
O meu dentro, sem lua e sem sol.

O seu tempo comanda os eventos.
O seu tempo é o tempo, o meu sou.

O seu tempo é só um para todos,
O meu tempo é mais um entre muitos.

O seu tempo se mede em minutos,
O meu muda e se perde entre outros.

O meu tempo faz parte de mim,
não do que eu sigo.

O meu tempo acabará comigo
no meu fim.

Arnaldo Antunes

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Desci hoje 2000 degraus...

Perdi hoje mais uma batalha...
Perdi lá num buraco sujo,
meus valores, tudo que acreditava ser amor.
Perdi uma guerra invisível
contra algo que é irreversível.
A pedra que constrói o castelo, me destruiu!
a escada não se ergueu
o castelo era de lata
o bafo quente me cozinhou.
No buraco sujo, deixei o que sobrou de mim
corpo inerte, salgado com lágrimas.
Morri um pouquinho por lá.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Pedaços de mulher menina


Cada poema que escrevo é um pedacinho de mim
é uma parte de mim que ponho no papel,
são meus amores, dissabores, meus erros e acertos,
são meus dias, meu cotidiano.
São minhas histórias, que crio, recrio.. invento!
São minhas agruras, minhas doçuras...
São assim como eu... o incerto,
o previsível, o meu yin e meu yang.
é a fera incontida...é cordeiro manso.
São fragmentos da minha alma...
São assim.. pedacinhos de mim!

O que eu espero...

De tudo ficam três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando…
A certeza de que precisamos continuar…
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar…
Portanto, devemos:
Fazer da interrupção um caminho novo…
Da queda, um passo de dança…
Do medo, uma escada…
Do sonho, uma ponte…
Da procura, um encontro…
Fernando Pessoa

domingo, 1 de novembro de 2009

(...)Vão falar, que você não é nada,
vão falar que você usa drogas,
que anda bebendo e que está perdido...
e não importa o que você dissesse,
que seria desmentido,
Se eu for ligar, pro que é que vão falar,
não faço nada!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

SAIBAS que não te amo e que te amo
feito de que dos dois modos é a vida,
a palavra é uma ala do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.
Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não desejar amar-te nunca:
por isto não te amo todavia.
Te amo e não te amo como se tivera
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino infeliz.
Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo.
*Pablo Neruda*

( eu disse que era complicado....)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Quando já não tinha espaço, pequena fui
Onde a vida me cabia apertada
Em um canto qualquer,
acomodei minha dança, os meu traços de chuva
E o que é estar em paz
Pra ser minha sem ser tua

Quando já não procurava mais
Pude enfim nos olhos teus, vestidos d'água,
me atirar tranquila daqui
Lavar os degraus, os sonhos, as calçadas

E, assim, no teu corpo eu fui chuva
... jeito bom de se encontrar!
E, assim, no teu gosto eu fui chuva
... jeito bom de se deixar viver!

Nada do que fui me veste agora
Sou toda gota, que escorre livre pelo rosto
E só sossega quando encontra tua boca

E, mesmo que em ti me perca,
Nunca mais serei aquela que se fez seca
Vendo a vida passar pela janela....
( Maria Gadu e Luis Kiari)