sábado, 19 de junho de 2010


Eu gritei, à todos pulmões,
chorei até  lavar a alma,
atirei varias pedras na sua janela.
Minha raiva me transfigurou,
fez de mim o que eu não sou.
Pintou meus olhos de vermelho
pintou o passado de preto.
Pintou de cinza o céu.
Sobrou a ferida aberta,
que não cicatriza.
Sobrou só a falta.
Meus passos andam perdidos,
meus caminhos andam tortos,
meu sorriso já não é mais o mesmo.
O tempo passou,
foram vitórias, derrotas
na luta contra o amor.
Ele me venceu, 
me dei por vencida
e vou deixando que ele fique por aqui,
machucando, sangrando aos poucos
o que resta de mim.
Sempre fui muito só,
e nunca gostei da solidão.
Mas já fui quase feliz.
Já nem sei contar quantas vezes me peguei
mergulhada nas lembranças de nós dois.
Já nem sei contar quantas vezes olhei o relógio da parede
esperando que o tempo voltasse.
Não sei dizer quantas vezes olhei para o telefone esperando que ele tocasse.
quantas vezes já reli as mensagens, e os bilhetes,
quantas vezes me perguntei onde foi que nós nos perdemos,
de repente viramos perpendiculares,
caminhos que não se encontram mais.

Eu caminhava pelo deserto, a procura de um oásis.
Um refugio, algum lugar em que eu pudesse ter paz.
Me perdi dando voltas e voltas, passando sempre pelo mesmo lugar.
Quando avistei teu olhar, teus olhos me guiaram
para que eu encontrasse meu único caminho,
encontrei o lugar de refugio em teus braços
encontrei a paz que me faltava no teu alento.
Em teu corpo me encontrei, me perdi, me misturei
Assim sendo, não sei mais separar o que sou eu do que é você.
Somos um só. Você ainda está em mim.
Eu viajei no espaço antes de te conhecer,
vaguei pelos mundos e submundos
mergulhei no tempo e
voltei para te encontrar.
Estava perdida e  teu amor me salvou.
Foi um sopro para que eu voltasse a respirar
Um farol para guiar meus passos no caminho escuro.
Foi o calor dos teus lábios tocando os meus
que me trouxe de volta a vida.

sexta-feira, 18 de junho de 2010



Quando eu era mais nova, tinha o sonho de ser bailarina,


fechava os olhos e me imaginava nas pontas dos pés,

rodopiando pelos salões, palcos e afins.

Eu sonhava com aquelas roupas lindas,

todas rosinhas... sonho de criança mesmo.

Cresci, as pernas cresceram também, aliás, cresceram demais

eu cresci tanto, que não cabia mais dentro de mim.

Troquei o sonho da sapatilha, pela caneta na mão

Troquei a leveza dos Demi-pliés e arabesques

pelas palavras.

Sou feliz assim, o sonho não ficou para trás

de alguma forma, eu ainda danço

por entre as linhas,através das palavras,

Nessa ciranda que é minha vida!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Eu penso em escrever um livro, algo que deixe gravado no tempo a minha história e a história de tantas outras pessoas, não seria um  best seller, não seria um livro com várias edições.
Acho que seria um livro para meus amigos, algo que eles pudessem ler e me reconhecer nas páginas, assim, fechando os olhos, que meus poemas me descrevessem, e realmente descrevem.
Eu imagino o rosto, a feição de cada um deles, com o livro nas mãos, e Deus queira saboreando, cada palavra, cada frase, um minutinho de paz, um afago, um carinho na alma.
É tão bom se reconhecer em alguma coisa, numa música, numa foto, em um poema.
O que escrevo, conta a minha história e a história de gente que ama, que sente saudade, que espera, cansa de esperar, e espera de novo. Fala de gente que sofre por gente, que sofre com gente. Mas fala acima de qualquer coisa DE GENTE. Do amor, da paixão, e da falta de amor e de compaixão. Fala do tempo, que dizem acalma, cura, e põe tudo no lugar, mas que às vezes faz tudo ao contrário.
Por enquanto, fico feliz em saber, que algumas pessoas, através deste  instrumento da tecnologia ( com a qual não me dou tão bem assim) possam acompanhar tudo isso, todo esse turbilhão de sentimentos, tão comuns a nós pobres mortais, e compartilhar comigo das minhas angustias, tormentos, da felicidade que eu sinto em amar alguém, mesmo que este alguém esteja tão longe. espero que entendam meus altos e baixos, e que se deliciem com tudo isso. Obrigada aos meus leitores assíduos ou não, volte sempre você que está visitando esse blog pela primeira vez, e volte sempre você que vem aqui sempre. E você, que inspira a maior parte desses poemas, leia-os sempre também, eles dizem o que eu...não posso dizer.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Então as noites ficaram cada vez mais longas,
e a espera interminável.
Eu realmente esperava que ele voltasse.
Às vezes eu sonho com sua volta,
no sonho tudo é colorido,
um calor gostoso toma conta da atmosfera,
há flores espalhadas por todos os cantos,
e o abraço faz parar o tempo.
É aquele abraço de urso,
do qual eu sinto saudade
aquele abraço que contém o mundo.
No sonho, e somente no sonho,
tudo é doce, o beijo, a saudade e as palavras
Trocamos juras de amor, e...
Toca o despertador 06:30, hora de acordar!

domingo, 6 de junho de 2010

Eu tranco a porta


pra todas as mentiras

E a verdade também, está lá fora

Agora, a porta está trancada

A porta fechada

me lembra você toda hora

A hora me lembra o tempo que se perdeu

Perder é não ter a bússola

É não ter aquilo que era seu

E o que você quer?

Orientação?

Eu tranco a porta pra todos os gritos

E o silêncio também está lá fora

Agora a porta está trancada

Eu pulo as janelas

Será que eu trancado aqui dentro?

Será que você tá trancado lá fora?

Será que eu ainda te desoriento?

Será que as perguntas são certas?

Então eu me tranco em você

E deixo as portas abertas...
 
( Trancado- Ana Carolina)

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Eu estudei minuciosamente meu amor por você.
Assim como alguém que planeja um crime perfeito,
articulei as portas, janelas, por onde entrar e como sair.
Foram dias e dias planejando como eu faria
para matar meu amor.
Algo que não desse qualquer chance de reação
algo que imobilizasse e matasse instantâneamente.
Para acabar de vez com toda essa historia.
Plano acabado, dia marcado
E lá fui eu.
Matei meu amor por ti...
Puxei pela raiz, não irá renascer, plantei no lugar dele um Salgueiro Chorão,
e troquei os pedaços que sobraram no mercado negro, a troco de nada.