sábado, 22 de maio de 2010

Pés descalços, cansados da longa caminhada
apoiados no chão, que parece não cumprir seu papel
de lugar seguro para pisar.
Sentados um ao lado do outro
mais distantes do que nunca
Ela questiona,
ele cala.
Ela indaga novamente
ele acena algo com a cabeça.
Ela se irrita com o silêncio dele
que corta, fere a carne como navalha.
Grita, gesticula, levanta e senta novamente.
Ele continua calado, olhar distante.
Ela então chora, chora um choro assim baixinho,
quase um sussurro.
Ele levanta, olha para a porta
Ela pede que ele não vá
Senta novamente,
eles se abraçam
uma abraço forte, o último.
E dizem quase que juntos:
- Então, acabou?
E eu te pergunto...
E então? Acabou?

Nenhum comentário:

Postar um comentário